segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Moda para todos

Por Ana Carolina Lucena

Recife é uma cidade conhecida pela sua diversidade cultural. A música, a dança e os costumes, dão espaço para todo o tipo gosto. Com a moda não poderia ser diferente, o investimento em moda com a abertura de cursos especializados em moda impulsionou ainda mais, aqueles que já gostavam de desenhar mas não tinham instrumentos tecnicos e teóricos para tal.
A faculdade Boa Viagem oferece o curso de Design de Moda. A proposta é tentar suprir as necessidades do mercado de moda no Estado e tentar preparar mão-de-obra mais qualificada para exercer as mais diferentes funções exigidas pelo setor. O curso tem duração de oito semestres, com uma carga horária de 3.240 horas/ aula. A mensalidade varia de R$595,0 à R$661,0. O corpo doscente conta com nomes como a especialista em design de moda, Luciana Barros Florêncio.
Outra opção também na FBV, é o curso de Gestão de Varejo de Moda, um curso um pouco mais curto e em conta, onde a proposta é que os alunos desenvolvam conhecimentos específicos dos instrumentos e técnicas básicas das atividades de planejamento, criação, promoção e desenvolvimento de projetos para serviços, comércio e indústria do setor de moda. O valor é mais simpático ao bolso, a mensalidade vaira de R$ 330,75 à R$ 367,50.
Mas nem só de faculdade se faz um designer de moda. O SENAC, oferece um curso de baixo custo e alta qualidade de estilismo. Nele o aluno poderá aprender noções básicas de desenho de moda, história da moda, pesquisa de técnicas de desenho, entre outras opções. O valor do curso é de R$450,0 com carga de 160 horas/aula.
Com todas essas opções basta querer aprender e se dedicar, aqueles que tem condições de pagar um pouco mais para um curso com mais profundidade vão atrás da faculdade, os que tem pressa ou não podem arcar com o alto custo de uma graduação podem tornar-se técnicos, a única coisa que não pode é deixa um sonho morrer usando a desculpa de que não há opções.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A moda que segue a música

Por Mariângela Moraes

Facilmente podemos identificar pelas ruas do Recife grupos de roqueiros e tribos alternativas. Esses guethos se vestem de forma distinta, influenciados pelos estilos musicais que curtem.
A galera do rock tradicional, em geral, usa muito roupas pretas, camisas estampadas com os ídolos das bandas, calças ou bermudões super folgados, e tênis. Tudo com excessão de cores extravagantes. Entre os adereços prevalecem cordões pretos e prata com pingentes de caveiras ou qualquer coisa que faça referência ao satanismo.

Os que ouvem o rock mais alternativo tão sempre com bolsas velhas, roupas antigas e o cabelo bagunçado. Já quem escuta Metal usa piercing, roupas retas, cabelos grandes e raramente veste short. A turma do New Metal abusa dos alargadores e piercings, mantém os cabelos sempre bem arrumados num estilo diferente (normalmente com franjinhas), opta por roupas mais estilosas, não costuma usar sempre preto, e adora bermudas e tênis combinados com camisas estilo baby look. Essa galera é o que no Brasil conhecemos como os emos. Agora não dá para deixar de citar as tatuagens, essa nova geração que curte os diferentes tipos de rock adora decorar o corpo com tatoos.

Já os alternativos, inspirados pelo reggae e pelo som de bandas independentes, estão sempre com o visual despojadao. As garotas usam bastante saias curtinhas com camisetas básicas, vestidinhos e sandálias rasteiras. Para completar o look, elas abusam de colares de semente e brincos grandes - artigos feitos de palha e tecido. Os meninos geralmente só trocam as sandálias tipo havaiana por percatas de couro. E para vestir eles parecem desconhecer algo além de uma camiseta regata, ou uma blusa básica de manga junto com uma bermuda comprida.

Mas, a música não influencia somente no modo de vestir dos jovens. Ela tem o poder de transformar a cabeça de diferentes gerações. Como aconteceu na década de 80 com o surgimento do rock nacional e em 90 com o Movimento Mangue, liderado por Chico Science.

Olinda, a cidade da moda

Por Juliana Dantas

O Sítio Histórico de Olinda é conhecido por seu patrimônio cultural. Casarões antigos, pedras coloniais nos calçamentos e igrejas históricas estão num cenário rodeado por coqueirais com uma das mais belas vistas panorâmicas de Recife e Olinda. A 1ª Capital Brasileira da Cultura atrai turistas do mundo inteiro que se impressionam com o visual e as artes espalhadas nos quatro cantos da cidade alta. Os artistas retratam a beleza olindense em seus quadros, esculturas, artesanatos e afins. A moda olindense corre solta nas ladeiras e não poderia ficar de fora. Os estilistas da região têm como musa inspiradora a cidade em que vivem.

Irreverente, descolada e criativa. Há 15 anos, a Período fértil trabalha em cima desses conceitos. Márcia Lima e Clezinho Santos são os estilistas que estão à frente dos trabalhos, fazendo moda bem à cara da capital da cultura. O trabalho do atelier atinge um público bem diversificado. Produzem figurino para dança, teatro e cinema explorando sempre a criatividade. Músicos como Lula Queiroga, Ortinho, componentes da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A vestem as criações da Período Fértil e saem mundo a fora divulgando a cultura olindense. Seriedade e bom gosto também fazem parte dos conceitos do atelier. A período fértil produz fardamento especial para empresas e eventos, além de peças para fins publicitários.

Com o intuito de divulgar o trabalho do atelier, Márcia Lima e Clezinho Santos também ministram oficinas de moda. A ONG Casa de Passagem também realiza cursos de moda destinados a jovens de comunidades carentes de Olinda. Mas, uma das maiores dificuldades das grifes olindenses está em encontrar apoio para divulgar suas criações. As grifes Biotza, Santa do Pau Oco e Karina Agra também encontram dificuldades para expandir as suas coleções.

Olinda Arte em Toda Parte também é moda

Por Juliana Dantas

O Olinda Arte Em Toda Parte, que aconteceu de 22 de novembro a 2 de dezembro, é uma forma de atrair as pessoas, fora de épocas festivas, para conhecer melhor o patrimônio pernambucano e a cultura que o cerca. A mostra é uma referência no país, e uma das poucas oportunidades para artistas pernambucanos divulgarem seus trabalhos.

O projeto Arte na Passarela aconteceu durante quatro anos divulgando as coleções dos estilistas pernambucanos. Este ano, quatro desfiles deveriam lançar as novas coleções de Rejane Trindade (Santa do Pau Oco), Karina Agra, Nazaré Reis (Indústria Têxtil) e Manuela Tenório e Juliana Andrade (Biotza). Entretanto, por falta de recursos o desfile não aconteceu. A saída foi montar uma instalação com manequins suspensos no Mercado Eufrásio Barbosa. As criações dos estilistas ficaram expostas todos os dias da mostra de 9h às 21h. Mostraram, através de seus modelitos, aspectos da cultura olindense, homenageando o título de 1ª Capital Brasileira da Cultura.

O diferencial estava na variedade. As grifes mostraram irreverência com a exposição que contou com peças delicadas inspiradas em poesia e até com modelos que realçaram aspectos da cultura africana, inspirados em cores e movimento. Outras priorizaram o conforto com roupas leves de algodão e malha, mas sem deixar de lado a criatividade mostrada através de grafismo e serigrafia.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A moda que dá trabalho

Por Nataly Costa

É sempre interessante pensar que a roupa que você veste nada mais é do que o elemento final de uma cadeia produtiva, formada por dezenas, centenas de pessoas que trabalham incessantemente para fazer funcionar a indústria da moda.

Em Pernambuco, o município de Toritama é um exemplo de como a moda pode ser a força motriz de toda uma economia. Lá, quase 100% das pessoas trabalham direta ou indiretamente na produção têxtil, mais especificamente na fabricação do jeans. Desde o corte, costura, apliques, acabamento, tintura, lavagem até a venda, todas as etapas da confecção do jeans empregam a mão-de-obra local. Para conferir um pouco desse esforço, vale a pena uma visita ao Parque das Feiras de Toritama, um grande shopping popular onde se encontra uma grande variedade de roupas a preços bastante convidativos.

Além de Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe integram o chamado Pólo de Confecções do Agreste. De acordo com estatísticas de 2004, essa região é responsável pela produção de 73% do que se veste em Pernambuco em um ano. Além disso, o PIB (Produto Interno Bruto) do “triângulo têxtil” cresce mais do que o PIB nacional. Mas o maior resultado de toda essa revolução econômica proporcionada pela moda são os índices sociais: a criminalidade em Toritama chega perto de zero, bem como a taxa de desemprego no município. Para não serem jogados no mercado de trabalho aleatoriamente, os jovens recém-saídos da escola também encontram oportunidade de se preparar em cursos profissionalizantes de produção têxtil. Isso significa dizer que, além de trabalho, Toritama também oferece mão-de-obra qualificada para suas indústrias, que exportam seu precioso jeans para todo o país.

Pernambuco veste chita

Por Mariângela Moraes

O tecido usado para confecção de roupas de São João e como toalha de mesa em casas simples do interior virou febre na cidade. A chita com todo seu charme, colorido e vigor, não só vem marcando presença na moda pernambucana. O tecido também virou artigo de decoração de ambiente e de festas. Sem falar, na sua utilização para criação de objetos de uso pessoal.
Vestidos, colares, bolsas, sandálias e saias frequentemente são vistas desfilando nas modelos populares, que circulam pelas ruas. E esses artigos fazem sucesso também nas passarelas, comprovando que o tecido caiu no gosto dos estilistas.

Os produtos confeccionados com chita viraram moda para o ano todo. Engana-se quem pensa que esse tecido só cai bem no verão, a estação que pede cor e brilho. Nossa cidade é litorânea e aqui faz calor nos 12 meses. A chita acabou criando uma identidade nordestina. Dando o ar leve, descontraído e jovem característico da moda em Pernambuco.
O tecido passou a ser valorizado, inicialmente, por ser regional e de baixo custo. Assim, não é uma moda feita para quem tem dinheiro, e sim para atingir a todos. E também ao povão, que usa e abusa da alegria dos objetos confeccionados com chita. Esses produtos estão à venda tanto em lojas de shopping, como no centro do Recife e nas feirinhas alternativas da cidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O que é que a pernambucana tem?

Por Nataly Costa

Muito se fala sobre o boom da moda local, que atraiu todos os olhares e atenções neste já findo ano de 2007. Mas o que vocês devem se perguntar é: por que tudo isso? O que esses pernambucanos têm assim de tão especial?

Primeiramente, não é novidade que a nossa terrinha se destaca principalmente na área cultural. Exportamos música de qualidade para o mundo, temos autores dos mais respeitados na literatura nacional, nossa produção cinematográfica está bem encaminhada e o mesmo pode-se dizer da dança e das artes plásticas. Devolvo a pergunta: porque não esperar a mesma efervescência da moda pernambucana? È certo que ainda não temos nosso nome reluzente na calçada fashion da fama nacional e internacional. Porém, temos o que alguns dos figurões do mundo da moda há muito já perderam: fôlego, atitude e muita vontade de inovar.

Talvez ainda nos falte perder alguns cacoetes, como o que algumas grifes têm de fazer moda para ‘meninas-boneca’ com aquele ar meio “retrô”, meio “cult”. Mas o fato é que, pouco a pouco, vamos semeando uma identidade fashion. E essa identidade é pautada pela criatividade, pela vivacidade, pelo frescor de uma juventude corajosa que anda por aí, tecidos e tesouras em punho, a desafiar o que há de tradicional. Concordando ou não com conceitos, cores ou tendências, o que essa turma merece são aplausos por iniciar uma nova era na moda de Pernambuco.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Pernambucanos pra todos os gostos

Por Ana Carolina Lucena

Dois mil e sete foi um ano que provou para o Brasil que os pernambucanos estão entrando com toda força no mercado da moda. A oportunidade criada com a realização do Oi Fashion Tour, que entrou no lugar do antigo Recife Fashion, abriu espaço para coleções de estilistas antes não conhecidos no país e mesmo em Pernambuco.

Um bom exemplo foi a coleção dos jovens estilistas da Meketref, com muita cor e descontração, eles trouxeram um tom moderno com muitas formas e modelos despojados, mostrando que os pernambucanos não tem que necessariamente se vestir de chita para representar o Estado.
Outras grifes que mostraram sua essência criativa foram Madame Surtô (nome já consolidado no cenário local), Maria da Silva, Cíclica e Flávia Soares, quase todas estreantes nas passarelas.

O clássico uniu-se a modernidade dos jovens estilista com a coleçao da Francisca, da estilista Virginia Falcão, com uma coleçao toda em branco e preto ela conseguiu ousar nos modelos mas sem perder a linha clássica que as próprias cores traziam para as roupas.



E assim nós pernambucanos vamos enchendo o peito de orgulho e torcendo que a nossa moda vire a moda deles!



Grife Meketref Grife Francisca